Equipe Invasores

Pegue as fotos daquele tempo. Você provavelmente se lembra de quem esteve ali, de quem conviveu, o que foi servido, as conversas com os amigos, tantas outras coisas vividas, algumas vezes sofridas outras vezes nem tanto. Os bons frutos colhidos. Ah! Que saudades. Também se lembra de como você fazia para atingir seus sonhos.

Era tão trabalhoso. Era tudo tão difícil, mas a gente nem percebia, queria fazer, queria crescer profissionalmente e mais importante o prazer que dava em fazer. Foi assim comigo. Amava dar aulas e amo até hoje. Só que por problemas diversos não exerço o que mais gosto.

A memória é refém dos picos de emoção, como frustrações ocorridas no trabalho ou nos finais de semana, mas no final tudo era alegre. Por isso, para ser feliz, evite a todo custo situações que possam gerar memórias negativas.

Ganhava-se pouco, é claro, professor nunca foi valorizado. O contracheque gordo era só um sonho, mas as crianças aprendendo era real. Deu certo? Sim. Isto fica marcado na memória.

Tive os melhores alunos. Hoje digo isto com consciência. Disso tenho certeza, porque até hoje encontro alguns deles que me cumprimentam me olham e lembram-se do “nosso tempo”. Difíceis sim. Mas nunca deixei de amá-los. Eles me chamavam de dona Geralda. Havia aí, respeito, carinho e atenção; e olha que sempre fui rígida. Queria que cumprissem os trabalhos e queria resultado, por isso fui sempre “a chata”. Mas também havia carinho daqueles pequenos que muitas vezes ajudava a carregar cadernos, pasta, livros... A gente via naqueles rostinhos que trago de lembrança em retrato e no coração. 

Puxa vida! É uma viagem! Falei isto tudo porque uma ex- aluna muito querida, hoje professora, pediu-me que falasse sobre o que foi trabalhar na Escola Estadual General Carneiro.

Não sei se deu pra ver o gostinho do que foi, mas pra mim foi um alegre repassar de memória. Foi tão gratificante aquele tempo que, o que sofremos nem ficou registrado. Só retive coisa boa.

A Escola Estadual General Carneiro foi meu berço. Lá aprendi a ler. Lá comecei a trabalhar. Lá almejei sonhos altos e de lá voei. E tudo que consegui automaticamente vem daquele começo. Desejo o melhor pra quem está lá, estudando ou trabalhando, não importa. Importa ser feliz como fui.

Valorizo muito tudo que vem de lá. E quanta melhora se vê por lá. Claro que o prédio teve suas ampliações e reformas, mas o coração daquela escola continua pulsar como antigamente. 
Parabéns a vocês que hoje fazem parte deste pedacinho de saber que um dia foi meu também.
Obrigada pela oportunidade.