HISTÓRICO DAS ENTRADAS E BANDEIRAS AOS DIAS ATUAIS
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Cidade
de São Roque de Minas, então Guia Lopes,
na época da emancipação do município – 17 de
dezembro de 1938
Alojaram-se em suas terras, posteriormente, os negros escravos, fugidos das redondezas, que ali formaram os célebres quilombos, aproveitando as terras férteis da cabeceira do Rio São Francisco, então denominado “Cabrestos Grandes”. Esses negros viviam da agricultura, da pesca e da caça, e, durante longos anos resistiram ao domínio dos brancos. Somente em meados do século XVIII, possivelmente em 1758, Diogo Bueno da Fonseca, de ordem do então Governador das Gerais, conseguiu aniquilá-los em lutas sangrentas.
A partir dessa época, a região passou a ser povoada por mestiços e brancos provindos dos centros de mineração das vizinhanças, então em decadência.
O povoado surgiu como na maioria dos municípios brasileiros; da fé religiosa dos seus habitantes, que, em 1762 construíram uma capela em honra a São Roque, sob a liderança de Manoel Marques de Carvalho, o fundador da cidade. A capela localizava-se em terreno da fazenda de propriedade do fundador, onde hoje denomina-se Capela Vellha.
Posteriormente a fazenda foi vendida a Belarmino Rodrigues de Melo, que, em 1858, doou as terras que vieram a formar o patrimônio da futura cidade de São Roque de Minas. O povoado tomou o nome de São Roque.
A Paróquia de São Roque foi criado pela Lei Provincial nº 906 de 08-06-1858, então pertencente ao arcebispado de Mariana-MG
O Distrito de São Roque foi criado pela Lei Estadual nº 2, de 14 de setembro de 1891, pertencente ao Município de Piumhi, onde o denominado povoado de São Roque passou à categoria de Vila de São Roque. Na Divisão Administrativa, em 1911, nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de 01 de setembro de 1920, e na divisão administrativa do Estado, fixada pela Lei Estadual nº 843, de 07 de setembro de 1923, o referido distrito figura como integrante do Município de Piumhi; mantido o mesmo quadro na divisão administrativa de 1933, bem como nas divisões de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937, e também no anexo ao Decreto-lei Estadual nº 88, de 30 de março de 1938.
A Lei Orgânica Federal nº 311, de 02 de março de 1938 estabelece a criação de novos municípios, mas, somente em 17 de dezembro de 1938, por força do Decreto-Lei Estadual nº 148, criou-se o Município de Guia Lopes e a então Vila de São Roque, foi elevada à categoria de Sede do referido Município, desmembrando-se de Piumhi; o mesmo Decreto-lei criou também o Distrito de Serra da Canastra (ex-São João Batista da Serra da Canastra), cuja sede passou a denominar-se Vila de Serra da Canastra.
Em 01 de janeiro de 1939 é instalado solenemente o Município de Guia Lopes bem como o Distrito de Serra da Canastra.
A denominação de Guia Lopes, foi em homenagem a José Francisco Lopes, seu ilustre filho e bravo guia das tropas brasileiras durante a célebre “Retirada da Laguna”.
Na divisão judiciário-administrativa do Estado, estabelecido pelo mesmo Decreto-Lei Estadual nº 148, para vigorar no qüinqüênio 1939-1943, se apresenta o Município subdividido em 2 distritos: Guia Lopes (ex-São Roque), desligado do Município de Piumhi, e Serra da Canastra (ex-São João Batista da Serra da Canastra), desanexado do Município de Sacramento.
Segundo a divisão territorial do Estado, vigente em 1944-1948, e estatuída pelo Decreto-lei Estadual nº 1.058, de 31 de dezembro de 1943, o Município de Guia Lopes subdivide-se em 3 distritos: o da Sede (Guia Lopes) e o de Serra da Canastra e mais o de Vargem Bonita, cuja sede passou a denominar-se Vila de Vargem Bonita, sendo este criado pelo referido Decreto-lei nº 1.058, de 31 de dezembro de 1943, com território desmembrado do distrito-sede do próprio Município de Guia Lopes.
De conformidade com as divisões territoriais do Estado, em vigor nos qüinqüênios 1939-1843 e 1944-1948, e fixados, respectivamente, pelos Decretos-leis Estaduais nºs 148 de 17 de dezembro de 1938, e 1.058 de 31 de dezembro de 1943, o Município de Guia Lopes, criado pelo primeiro dos Decretos-Leis citados, subordina-se ao termo e à Comarca de Piumhi.
Guia Lopes foi elevada a sede de Comarca pela Lei Estadual nº 1.039 de 12 de dezembro de 1953, lei esta que criou também o Distrito de São José do Barreiro, cuja sede passou a denominar-se Vila de São José do Barreiro, pertencente ao então Município de Guia Lopes, cujo perímetro urbano e suburbano da mesma foi delimitado pela Lei Municipal nº 173 de 12 de janeiro de 1954.
Em 13 de Junho de 1954 é instalado solenemente o Distrito de São José do Barreiro.
Após um plebiscito popular realizado em 1962, o Município de Guia Lopes, por força da Lei Estadual nº 2.764, de 30 de dezembro de 1962, teve sua denominação alterada para São Roque de Minas. (São Roque de Minas, para diferenciar do Município já existente de São Roque, sede do mesmo nome, no Estado de São Paulo
EDUCAÇÃO
Escolas Reunidas Guia Lopes – Localizava na já
demolida casa
da Dona Clemídia do Moisés Capitão (terreno
acima da casa do Dr. Antonio)
Desfile cívico – dia 7 de setembro – Praça
Governador Valadares,
hoje Praça Alibenides da Costa Faria
UM POUCO DA HISTÓRIA DA ESCOLA
ESTADUAL GENERAL CARNEIRO
O então Grupo Escolar General Carneiro, foi conseguido junto ao Governador de Minas, Milton Soares Campos, pelo prefeito do denominado município de Guia Lopes, José Faria de Oliveira, o popular Zé Lilica (irmão do Almerindo), gestão de 1951 a 1955.
Na época era uma construção suntuosa, visto os padrões de edificações existentes na cidade.
Conheci o Grupo Escolar General Carneiro e nele estudei no período de 1º de fevereiro de 1957 a 30 de novembro de 1960 (1º ao 4º ano primário); posteriormente em 1962 fiz o curso de “admissão ao ginásio”, e no final deste ano prestei a prova, juntamente com vários outros jovens, para demonstrar aptidão para enfrentar o “curso ginasial” (esta prova era um pequeno vestibular, pois 40% dos estudantes não conseguiram a nota mínima exigida). No ano de 1963, juntamente com mais 35 jovens iniciei o curso ginasial, que se estendeu até o final do ano de 1966, onde apenas 18 conseguiram terminar o curso, sendo “bacharelados”, sim, esta era a expressão usada na época, para quem conseguia fazer o curso ginasial.
Quanto à parte física do prédio escolar, o mesmo não tinha muito conforto como hoje; eram apenas 6 salas de aula, o temido “gabinete” onde a sisuda diretora trabalhava; uma pequena cozinha com fogão a lenha e as “casinhas” como eram chamados os banheiros, existindo ainda uma comprida varanda em todo o entorno das salas e demais cômodos. Mais nada; somente uma imensidão de terra e mato ao redor, e um pequeno espaço onde jogávamos futebol, sendo a bola uma “fruta de lobeira”, e quando muito uma meia (peça que se usa nos pés), cheia de pedaços de panos. Jamais sonhávamos com bolas iguais as de hoje.Na sala de aula, quando algum aluno precisava ir no banheiro, pedia:
- Dona Zulmira, posso ir nas casinhas?
E que casinhas! Muita água e xixi pelo chão, insalubres, escuras e...um odor horrível.
Na pequena cozinha, era feita em fogão de lenha a merenda escolar (mingau de fubá, ralinho, tinha mais água do que leite). A devotada Nabir Gonçalves é que cuidava de tudo.
O piso das salas e do gabinete eram de tábuas estreitas e aplainadas, e as varandas, cozinha e as “casinhas”, cimento vermelho “queimado”.
Forro de madeira de pinho e vitrôs com muitos vidros quebrados pelas pedras de “estilingue” que os danadinhos dos meninos atiravam. Quadro negro, de madeira e giz branco, estes então, muito “roubados” pelos alunos.
Castigos eram frequentes, sendo que o mais usado era ficar dentro da sala, sem poder sair para o “recreio”, que era um tempinho de 20 minutos para brincadeiras e jogo de futebol. Ser chamado no “gabinete” era uma temeridade, pois já sabiam os peraltas que a bronca seria feia. Tinha alunos que iam tremendo e gaguejavam quando sabatinados pela diretora.
Uma coisa era certa. A gente aprendia de verdade, pois todas as matérias eram muito bem explicadas pelos professores, aos quais os alunos devotavam enorme apreço e respeito.
Grupo Escolar
General Carneiro – Na época do término da construção
O PATRONO DA ESCOLA
Nasceu em Serro, Minas Gerais, em 28 de novembro de 1846, onde iniciou seus estudos, os quais deu seguimento no Seminário de Diamantina e em Curvelo.
Em 1864, ao eclodir a Guerra do Paraguai, fazia o Curso de Humanidades no mosteiro dos Beneditinos, no Rio de Janeiro, levando-o a alistar-se como soldado no Primeiro Corpo de Voluntários da Pátria.
Na guerra conquistou a graduação de Primeiro Sargento e Alferes, por bravura; tendo sido ferido três vezes em combate (Estero Bellaco, Piquissiri e Lomas Valentinas). Mal se restabelecia e já se apresentava para nova missão.
Após o final da guerra, matriculou-se na Escola Militar em 1872; tendo atingido as seguintes promoções militares:
• Tenente em 1875;
• Capitão em 1877;
• Major em 1887;
• Tenente-coronel em 1890;
• E Coronel em 1892.
Em 1881 acompanhou o Imperador D. Pedro II em sua viagem a Minas Gerais.
Chefiou a Comissão Construtora de Linhas Telegráficas na Marcha para o Oeste, de 1890 a 1892; tornando-se o responsável pelo recrutamento do então Tenente Cândido Rondon.
Revolução Federalista
Convocado para a região sul durante a Revolução Federalista, foi nomeado comandante do 5º Distrito Militar, mas depois por ordens de Floriano Peixoto passou o comando para o Marechal Pego Junior. Carneiro conhecia Pego por sua ideias monarquistas e temeu esse unir-se aos revoltosos, mas isso não se deu, por outro lado, Pego Junior e Vicente Machado então governador do Paraná, fugiram do estado covardemente com suas tropas(essas que eram de mais de 1000 homens que ficaram desorientadas e então, desertaram e/ou perderam-se na fuga). O Paraná a capital Curitiba estavam sem exército e governantes, só Lapa estava guarnecida, Carneiro e suas tropas foram cercadas na cidade da Lapa, Paraná, em um dos mais célebres episódios da vida militar brasileira, conhecido como Cerco da Lapa.
Cerco da Lapa
Foram vinte e seis dias de resistência com um efetivo militar de 639 praças e patriotas(civis voluntários), foram cercados por 3000 homens comandados por Gumercindo Saraiva. A capitulação só houve depois da morte de Carneiro e pela falta comida e iminente falta de munição, a resistência definiu o vencedor, pois atrasou o avanço dos federalistas e permitiu que as tropas legalistas se organizassem e posteriormente derrotassem os revoltosos.
O então Coronel Gomes Carneiro foi ferido, morrendo dois dias depois, em 9 de fevereiro de 1894, ainda dando ordens. Um dia antes, sem o saber, fora promovido a General de Brigada, "por bravura". Seus restos mortais se encontram no Panteão dos Heróis na cidade de Lapa junto com todos os combatentes que morreram no cerco e os que morreram posteriormente.
Em São Roque de Minas, foi homenageado com o nome da uma escola estadual.
Muito interessante!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirEquipe INVASORES...parabéns pela matéria, muito rica e educativa...
ResponderExcluirCultura é isso...Vocês foram 10...Muito booooommmmm
Gostei da matéria, muito interessante"
ResponderExcluirEstudei em São Roque na General e me mudei para BHTE, me formei e já estou quase me aposentando. Estudei na Federal, graças a boa qualidade do ensino da General.Amo ver todos os assuntos de minha Terra natal e apareceu esse blog e achei muito bom , muito rico e muito bem feito.Parabéns gincaneiros da equipe vermelha! Boa sorte e parabéns para a diretora e professores que organizaram essa gincana.LOurdes Oliveira
ResponderExcluirEu e minha querida irmã, tb, estudamos nessa conceituada escola nos anos de 58/59 e 1960.
ResponderExcluirMeu saudoso pai era o Cb PM Cmt do Destacamento da Polícia Militar no referido período.
Muita saudade!!!
Meu nome: Airton Coelho (estudei neste grupo nos anos de 1958/59 e 60); minha saudosa irmão: Aidê Maria Coelho (recebeu o diploma do 4º ano primário em uma cerimônia realizada no antigo cinema).
ExcluirAlguém aqui estudou com o VICENTE DONIZETE GONÇALVES??
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